O suor arranha, o rosto escorre.
Olha o caos na palma da minha mão.
|
|
![]() Profile
Izabela/Bells. 20. Por aí. "A natureza dá o seu jeito; mas nós, mãe, nós somos humanos, somos contranaturais, somos antinaturais. O homem não é natural. Na verdade o homem odeia a natureza. Eu odeio a natureza, mãe, essa natureza que monocórdia me diz que vou morrer vou morrer." — Renato Essenfelder Links
1 / 2Archives
dezembro 2012
abril 2013
maio 2013
agosto 2013
outubro 2013
novembro 2013
dezembro 2013
janeiro 2014
fevereiro 2014
março 2014
abril 2014
maio 2014
junho 2014
julho 2014
agosto 2014
setembro 2014
outubro 2014
novembro 2014
dezembro 2014
abril 2015
maio 2015
junho 2015
agosto 2015
Credits
©Glamouresque. |
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
CN eu tossi, espirrei. me sinto doente, cansada, arrasada. desnorteada. tem algo aqui que não me deixa dormir tranquila, não me deixa em paz, não me deixa ser. tem algo correndo nas minhas veias, enfiado nos meus neurônios, alojado bem no meio das minhas entranhas, presente nas minhas digitais e no padrão de batidas do meu coração. parece veneno. um veneno que, pelo visto, não mata mas adoece. me sinto fraca e debilitada, cansada de lutar contra essa doença instalada em mim. por instantes, me recupero, saio para a luz, respiro aliviada. não sei se é um vírus que se fortalece mais e mais; se é um veneno que, vira e mexe, é injetado em minhas veias sem que eu perceba; se é um parasita me consumindo, mas é algo que sempre volta. antes de aproveitar o alívio e o descanso, estou doente de novo. nunca o bastante pra morrer, só o bastante pra sentir como se estivesse morrendo. procurei o remédio nos outros e em mim: não há nada. é câncer, é grave, já virou metástase. se espalhou por todos os cantos do meu ser. é heroína, me contaminando, me dopando, me tirando da realidade, ameaçando me matar. é você, que toda noite eu tento limpar de mim, mas que insiste em voltar a me sujar. segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
as a bird. tem, mais ou menos, uns seis ou sete anos que eu grito para os quatro ventos que quero ser livre. é, comecei cedo. livre não sabia bem do quê, mas livre. ah, liberdade. essa palavra tão bonita e cujo significado varia tanto, só depende de quem a interpreta. liberdade. essa coisa que nos faz acreditar que temos o poder de aprisionar um passarinho, para tê-lo só para nós mesmos e privá-lo de algo que é muito mais seu do que nosso. sim, a liberdade de novo. e às vezes não sei se é apenas vontade de admirar o pobre bicho ou se é a inveja que faz com que o aprisionemos assim. inveja da facilidade com que ele, um ser tão pequeno e tão frágil, tão menor que qualquer um de nós, pode simplesmente dar as costas, bater suas asas e sumir. assim, sem dor no coração, sem quebra de laços. é só voar. e nós, seres humanos, ó-tão-poderosos humanos, dependemos de uma gaiola para podermos voar. e dependemos dos outros para podermos viver. financeira, sentimental e psicologicamente. sempre dependentes. às vezes acredito que nossa liberdade não passa de ilusão. admiro aqueles poucos que são capazes de deixar seus laços para trás e exercem a sua própria liberdade. não se trata de não trabalhar ou não amar ou não viver de tal forma. trata-se de fazê-lo por escolha. de escolher viver assim e, acima de tudo, se dar a liberdade de mudar de opinião. as pessoas precisam ser mais livres. livres para ser, para mudar, para (se) permitir. e o mundo, o mundo precisa urgentemente de pessoas mais livres. |