O suor arranha, o rosto escorre.
Olha o caos na palma da minha mão.
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Izabela/Bells. 20. Por aí. "A natureza dá o seu jeito; mas nós, mãe, nós somos humanos, somos contranaturais, somos antinaturais. O homem não é natural. Na verdade o homem odeia a natureza. Eu odeio a natureza, mãe, essa natureza que monocórdia me diz que vou morrer vou morrer." — Renato Essenfelder Links
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quinta-feira, 24 de outubro de 2013
little death Como, tantas vezes, li meu personagem preferido fazer, abri a janela antes de me sentar e escrever algo. Ele o fazia na esperança de que a cidade sussurrasse em seus ouvidos alguma história. Eu o faço na esperança de que minhas histórias me abandonem, saiam para um passeio, nem que seja um pouco, e que minhas palavras se tornem algo além de um desabafo desesperado. E conforme eu despejo no papel ou no teclado palavras repetidas e cansadas sobre tudo o que eu sinto, vivo, vejo, sou - tudo o que me tornei; fico na esperança de que o peso nas minhas costas diminua, que o veneno correndo nas minhas veias evapore e suma. Fico esperando ser deixada em paz por pedaços de mim mesma que não são meus e nem de ninguém, lembranças, pequenos fantasmas, visões do que foi, ou pior, do que poderia ter sido. Vomito parágrafos, choro metáforas, sorrio anacolutos, suspiro vírgulas e pontos. Me escrevo e reescrevo aqui e ali, conto as mesmas histórias com diferentes palavras e formas, às vezes em prosa, às vezes em poema, quem sabe até um haikai. E conforme cada nova criação é feita, os fantasmas dançam e cantam ao meu redor, e eu olho praquela janela aberta, rezando pra que eles saiam por ali e vão assombrar um outro alguém. Fantasmas, demônios, poltergeists, buracos no meu espaço-tempo que eu tento desesperadamente espantar, exorcizar, curar e que parecem sair de mim enquanto escrevo, mas é só para me assombrar nas palavras também. Me lembro de ter lido uma vez que a escrita não ressuscita, apenas enterra. Pois cá estou eu. Sendo enterrada viva por mim mesma a cada novo parágrafo. |