O suor arranha, o rosto escorre.
Olha o caos na palma da minha mão.
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Izabela/Bells. 20. Por aí. "A natureza dá o seu jeito; mas nós, mãe, nós somos humanos, somos contranaturais, somos antinaturais. O homem não é natural. Na verdade o homem odeia a natureza. Eu odeio a natureza, mãe, essa natureza que monocórdia me diz que vou morrer vou morrer." — Renato Essenfelder Links
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domingo, 21 de abril de 2013
deságua; des-água. Eu já estava indo pra cama. Arrumei os cobertores, troquei de roupa, escovei os dentes. Não tirei a maquiagem porque isso dá trabalho demais, deixa pra amanhã, quando eu acordar com a cara toda preta de delineador e sombra borrados. Tanto faz. Peguei o telefone e liguei. Boa noite. Tudo, e com você? É claro que eu esqueci. Esqueci que ouço tua voz e acordo. Não há sono no mundo que vença essa vontade interminável de te ter por perto agora e o tempo todo. Esqueci que basta um suspiro teu pra me desarmar. Esqueci até o meu nome depois de ouvir a tua voz carregada de sono e cansaço dizer que me ama. Esqueci do que sou agora e só consigo lembrar do que eu era quando estava aí. Esquecida demais, eu sei. Os créditos vão acabar e você está ocupado demais rindo da minha falta de jeito e eu rio simplesmente porque sim. Porque tudo em ti me contagia, contamina. Conto os segundos. Os créditos estão acabando, você não vai me dar boa noite? Vou, vou sim. Boa noite, durma bem, sonhe comigo (e com quem mais eu sonharia?). Até amanhã. Eu te amo muito. [...] Estremeci e ainda tremia quando você desligou. Me lembrei da primeira vez que te liguei (porque dessas coisas eu não esqueço) e que tremi da mesma forma que tremo agora quando ouvi sua voz pela primeira vez. Me lembrei da primeira vez que você me tocou e eu disse que tremia porque estava a tempo demais sem comer. E é claro, estava ansiosa. Seria humilhação demais admitir que não foi isso o que me fez tremer. Não foi frio - fazia calor demais. Foi você. Me fazendo estremecer, esquecer. Vacilar. Toda a minha pose sempre vai por água abaixo contigo e você ri. Você sempre ri e eu rio junto. Eu rio e vou desaguando. Virei olho d'água, nascente. Pequena e rasa. Toda a minha profundidade agora é tua. Eu nascente e você oceano, água doce com água salgada, água fria com água quente. Diferente de tudo o que já conheci, me fazendo esquecer, estremecer. Desaguei-me inteira em ti. |